domingo, 11 de dezembro de 2011

Projeto apresentado ao curso de Formação pela Escola


FORMAÇÃO PELA ESCOLA
MÓDULO PLI – PROGRAMA DO LIVRO DIDÁTICO
DUAS ESTRADAS PLI 29774
CURSISTAS:
ANA MARIA PEREIRA MATIAS
MARIA DA PENHA GOMES DA SILVA
SUSANA GOMES E SILVA COSTA




                                            PROJETO DE PESQUISA           


O Livro didático na Escola: perspectiva de aprendizagem efetiva







Duas Estradas, 07 de dezembro de 2011




ANA MARIA PEREIRA MATIAS
MARIA DA PENHA GOMES DA SILVA
SUSANA GOMES E SILVA COSTA
















O Livro didático na Escola: perspectiva de aprendizagem efetiva









Projeto de pesquisa a ser apresentado ao Curso de Formação Pela Escola, em cumprimento às exigências para a conclusão do módulo Programa do Livro Didático – Pli.









DUAS ESTRADAS
2011
Introdução

O Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) tem como principal objetivo subsidiar o trabalho pedagógico dos professores por meio da distribuição de coleções de livros didáticos aos alunos da educação básica.  Após a avaliação das obras, o Ministério da Educação (MEC) publica o Guia de Livros Didáticos com resenhas das coleções consideradas aprovadas. O guia é encaminhado às escolas, que escolhem, entre os títulos disponíveis, aqueles que melhor atendem ao seu projeto político pedagógico.
           O programa é executado em ciclos trienais alternados. Assim, a cada ano o MEC adquire e distribui livros para todos os alunos de um segmento, que pode ser: anos iniciais do ensino fundamental, anos finais do ensino fundamental ou ensino médio. À exceção dos livros consumíveis, os livros distribuídos deverão ser conservados e devolvidos para utilização por outros alunos nos anos subseqüentes.
           O PNLD também atende aos alunos que são público-alvo da educação especial. São distribuídas obras didáticas em Braille de língua portuguesa, matemática, ciências, história, geografia e dicionários.
            O crescimento da demanda de novas mídias tem trazido para a escola um leque de meios de aprendizagem do qual ou dos quais a mesma não pode se esquivar. O computador, o celular, notbook, net, a televisão, a música, o livro traça novos horizontes na sociedade atual e posteriormente na vida do educador e do educando. Está antenado com os novos meios de comunicação ainda é muito novo na nossa cultura, com isso há uma certa lentidão por parte de muitos que ainda não acordaram para este mundo novo repleto de novos conhecimentos e novas práticas.
Segundo Lajolo (1996), o livro didático assume certa importância dentro da prática de ensino brasileria nestes últimos anos, isso é notável, principalmente, em países como o Brasil, onde a ‘precaríssima situação educacional faz com que ele acabe determinando conteúdos e condicionando estratégias de ensino, pois,  de forma decisiva, o que se ensina e como se ensina o que ensina’. Por esse motivo surgiu a preocupação de fazer uma análise de como esse instrumento de ensino-aprendizagem vem sendo percebido e utilizado pelos professores. Tal atenção se faz necessária uma vez que, através do uso continuo do livro didático, este material poderá ser visto como única fonte de ajuda ao professor, ou, ainda, apresentar-se como substituto do docente, podendo comprometer a aprendizagem do educando. Busca-se, neste trabalho, fazer uma análise de como o livro didático vem sendo utilizado pelos professores em sala de aula. Para isso será traçada, primeiramente, sua trajetória histórica. Logo depois, faz-se necessário salientar pontos de vista de autores como Faria (1984), Lajolo (1996) Neves (1999), entre outros, sobre a importância do livro didático e o que levou esse instrumento a ser tão valorizado na prática de ação docente. Através de algumas entrevistas realizadas com professores do município de Duas Estradas e com base na abordagem dos autores citados acima propomos este texto, visando averiguar a importância devotada ao livro na prática dos professores, a fim de opinar sobre a eficiência ou ineficiência do livro didático no processo aprendizagem.

DESENVOLVIMENTO

            O livro didático, segundo Silva (1998), passa a ser utilizado com mais freqüência no Brasil na segunda metade da década de 60, com a assinatura do acordo MEC-USAID em 1966, época em que são editados em grande quantidade para atender a demanda de um novo contexto escolar em surgimento.
            Em 1985, criou-se o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), que vem ao longo dos anos se aperfeiçoando para atingir seu principal objetivo: educação de qualidade. Porém, somente no inicio dos anos 90 o MEC deus os primeiros passos para participar mais direta e sistematicamente das discussões sobre a qualidade do livro escolar. Foi uma iniciativa do Governo Federal que constituiu uma ação ampla do MEC para avaliar o livro didático, apresentando um projeto pedagógico difundido por meio dos Parâmetros Curriculares Nacionais e dos Guias do livro didático. Até então, não havia a preocupação acerca do controle de qualidade dos livros, o que passou a vigorar a partir de 1993, quando o MEC criou uma comissão de especialistas encarregada de duas tarefas principais: avaliar a qualidade dos livros mais solicitados ao Ministério de estabelecer critérios gerais para a avaliação das novas aquisições. Observando-se a trajetória histórica, onde fica evidenciada a importância que o livro didático assumiu com o passar dos anos, muitos autores dedicaram-se ao estudo deste, a fim de analisar a sua eficiência ou ineficiência.
            Faria (1984), em seu livro Ideologia no Livro Didático, partindo da análise de como as crianças da escola pública, de origem operária na maioria, e de escola particular, originária da classe média e alta, aprendem conceitos via livro didático, concluiu que este, em geral, perpassa ideologias culturalmente impostas e que se propagem de maneira a inculcar valores.
            Uma pesquisa realizada por Neves (2002) constata de maneira convergente a de Faria que o livro didático apresenta problemas como confusão de critérios, inadequação de nível, invenção de regras, sobrecarga de teorização, preocupação excessiva de definições, artificialidade de exemplos, mau aproveitamento do texto e etc. Mas, segundo a mesma autora, mesmo os livros didáticos contendo diversos problemas não podemos caracterizá-los como único culpado. Segundo ela, o professor espera do livro didático saber os que não sabe, transfere responsabilidades que até então são suas, porque o livro didático não serve como professor e os alunos não aprendem por si só; substitui sua falta de conhecimento atribuindo ao autor do livro o saber e, com o livro didático o professor economiza tempo no preparo das aulas, pois, na maioria dos casos, os professores são sobrecarregados de horas/aula de trabalho. Em conformidade com Neves, Lajolo (1996) nos diz que o caso é que não há livro que seja à prova de professor: o pior livro pode ficar bom na sala de aula de um bom professor e o melhor livro desanda na sala de um mau professor. Pois o melhor livro é apenas um livro, instrumento auxiliar de aprendizagem.
            Para efetivamente averiguar o valor devotado ao livro didático, foram realizadas algumas entrevistas com professores da rede pública municipal de Duas Estradas, de forma a perceber até que ponto a realidade, no que diz respeito ao uso do livro didático, se relaciona com os pressupostos teóricos aqui já expostos.
            As referidas entrevistas foram estruturadas de forma a se fazer compreender como é feita a escolha do livro didático na escola e como a comunidade escolar participa desse momento: coordenadores, professores, direção; além das questões referentes ao Projeto Político da Escola como o livro didático é visto dentro dos objetivos e ações propostas no PPP e como se evidencia toda essa proposta na atuação do professor.
            Ainda que com maior ou menor freqüência o uso do livro didático é uma ferramenta influente na prática de ensino nas escolas de Duas Estradas, que, como revelado nas entrevistas é elemento estruturador das aulas. Revelando-se ainda, quanto a isso que a escolha é feita entre, apenas, professores, sem a atuação do coordenador pedagógico, além de que superficialmente é feita a ligação entre o PPP das escolas e essa tão tomada de decisão que é a escolha do livro didático. Quanto a isso, os aspectos positivos e negativos do uso do livro didático, que vem, de certa forma, a concordar com algumas colocações teóricas expostas anteriormente. As respostas giram em torno da questão de que no livro há tanto pontos positivos, pois serve como elemento norteador do ensino, ao mesmo tempo em que apresenta elementos negativos, como quando se torna o único instrumento utilizado pelo professor, pois este não dá conta das especificidades e peculiaridades da legítima aprendizagem.

CONCLUSÃO

            Diante dos pressupostos mencionados e pelas entrevistas aqui relatadas, observou-se que o livro didático pode mostrar-se como instrumento eficiente, mas que revoga ao professor o seu papel de mediador insubstituível dentro do processo de ensino-aprendizagem. A sua ineficiência fica por conta do mau uso feito pelo professor, pois a sua prática determinará a qualidade da educação. Para se chegar a essa prática libertadora o professor deve estar em constante busca de instrumentos e recursos que venham enriquecer sua prática pedagógica, de forma a contribuir para a formação de cidadãos críticos, reflexivos e conscientes.
            Quanto ao Projeto Político Pedagógico alguns professores disseram não saber seu real conteúdo, contudo não puderam fazer a ponte entre seus objetivos, os do livro didático e os contidos no PPP da escola. Com isso cabe uma revisão na função determinante contida no PPP para o bom andamento da escola.

REFERÊNCIAS

FARIA, Ana Lúcia G. De. Ideologia no livro didático. São Paulo: Polêmicas do Nosso Tempo, 1984.
NEVES, Maria Helena de Moura. A gramática história, teoria e análise, ensino. São Paulo: Unesp, 2002.
SILVA, E. T. da. Criticidade e leitura: ensaios. Campinas, SP : Mercado de Letras : Associação de Leitura do Brasil (ALB), 1998.

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